12.7.05

...

Ontem não havi telefone, hj não há água, onde é que isto vai parar...Se querem que a gente vá para casa é só dizer....

Citando S.

"....RATAS MORTAS...."

Manhã Submersa...

Grande ressaca. Figuras ligeiramente decadentes pela manhã. Saio do banho gurosan num copo de água, o meu melhor amigo nestas alturas. Só quero passar despercebida no meio da rotina das pessoas. Eu não sinto nada. Camuflo-me com os meus óculos de sol e o album FM dos gift em altos berros no meu discman. Assim sim, nínguem dá por mim. Toque final compro uma garrafa de água no extra a caminho do metro para alimentar a ressaca. Acho que me denunciei. Olho para a cara das pessoas nos transportes e parecem piores que a minha. No tunel tiro os óculos e a musica continua em altos berros. As pessoas olham para mim e tenho a sensação que toda a gente me recrimina. No campo grande um raio de luz fulmina-me a retina, devo fazer uma expressão monstruosa que o rapaz que ia à minha frente ri. Vou apanhar o autocarro e não sinto nada, deixo passar o meu autocarro que me garantiria o horário normal, não reajo e ele vai-se embora.
PS: senão estivesse de ressaca não escreveria isto....

11.7.05

Mais

Navio de Espelhos

O navio de espelhos
não navega, cavalga

Seu mar é a floresta
que lhe serve de nível

Ao crepúsculo espelha
sol e lua nos flancos

(Por isso o tempo gosta
de deitar-se com ele)

Os armadores não amam
a sua rota clara

(Vista do movimento
dir-se-ia que pára)

Quando chega à cidade
nenhum cais o abriga

(O seu porão traz nada
nada leva à partida)

Vozes e ar pesado
é tudo o que transporta

(E no mastro espelhado
uma espécie de porta)

Seus dez mil capitães
têm o mesmo rosto

(A mesma cinta escura
o mesmo grau e posto)

Quando um se revolta
há dez mil insurrectos

(Como os olhos da mosca
reflectem os objectos)

E quando um deles ala
o corpo sobre os mastros
e escruta o mar do fundo

Toda a nave cavalga
(como no espaço os astros)

Do princípio do mundo
até ao fim do mundo

Mário Cesariny

Visto

Colisão/Crash
Este filme gera em mim sentimentos contraditórios. Foca o racismo de uma forma pouco habitual. Por um lado bom. Mostra que todos nós somos racistas, todos nós podemos ser monstros e anjos, basta para isso estarem reunidas as condições necessárias e suficientes para que isso aconteça(piada/expressão matemática...). HOje podemos ser potenciais violadores e amanhã salvamos alguém dum carro em chamas. Mostra não só o racismo entre brancos e pretos mas tb o racismo entre as diferentes comunidades. Mostra a hipocrisia dos burocratas nos seus gabinetes luxuosos.
Por outro lado senti uma certa repulsa por este filme, que ao mesmo tempo senti que podia ter a sua vertente moralista. Há uma série de cenas para as quais eu não encontro explicação. Há uma criança que não morre, há um preto rico que deita tabuas para um carro a arder, há um abraço duma senhora da alta sociedade à sua empregada hispânica, etc. Dá a sensação que existe sempre uma solução para o mal e para o ódio, que existem sempre respostas, que existe o que é correcto fazer, que existe o certo e o errado.
Por outro lado vislumbrei uma tentativa de justificação do ódio gerado pelo racismo, a meu ver muito errado. A justificação foi através duma conversa telefónica da personagem da sandra bullock com uma suposta amiga bem dela. Ela justificava assim: eu pensei que o meu sentimento de insegurança desaparecesse pela manhã, mas não eu levantei-me com o mesmo ódio e agora percebi pq, pq me levanto todos os dias assim. A minha interpretação é que ela tentava justificar o racismo com a conversa do género: nós odiamo-nos pq levamos vidas de merda, vidas ocas e sem significado, não sabemos pq vivemos, qual o nosso objectivo, vivemos frustrados de não sermos quem gostaríamos de ser, frustrados de não sabermos sequer o que queremos e estes sentimentos transformam-se em ódio pelo próximo (utilização de uma expressão da biblia...fica bem...) .
Para mim é errado esta suposição, a minha modesta tentativa de explicação fica-se pelo medo do desconhecido, do diferente, dos nossos instintos básicos de sobrevivência, reages violentamente e de forma defensiva para te defenderes do que não conheces, defendes-te dum suposto ataque.Sem com isto defender o que quer que seja, é para isso que somos racionais.

Bruxelas/Bélgica

Toda a gente diz mal de bruxelas, eu percebo. Estécticamente não gosto de bruxelas, é uma cidade feia, suja, escura, sombria, desalinhada, caótica.
Nos seis meses que lá morei (enquanto fazia um estágio para acabar o curso) apercebi-me de toda a diversidade que lá existe. Bruxelas é um ponto de passagem na europa, apesar de não ser o seu centro geográfico. Em bruxelas pode-se transitar facilmente para frança, para o reino unido, holanda, alemanha, etc. A nocção de distância e de fronteiras adquire um novo significado. A diversidade de culturas no seu interior é grande, a própria situação de bruxelas no contexto belga tb é já de si singular. Bruxelas condensa em si um país (mas then again o que é um país e o que são fronteiras...) dividido entre duas culturas, duas línguas, dois modos de estar e encarar a vida, a flandres e a valónia, os flamengos e os que falam francês, a zona rica e industrial do norte e a zona pobre em recursos naturais. Bruxelas belga vive divida entre estes dois mundos e faz questão de mostrar essa divisão, em todo o lado com duas línguas em todos os avisos e cartazes, na sinaléctica dos metros e dos transportes. Bruxelas global vive dividida entre grandes comunidades turcas, brasileiras, portuguesas, árabes, senegalesas, do congo e outras africanas etc. Eu vivia num bairro entalado entre a zona latina ( portugueses espanhois e italianos) e a zona de bairros africanos. Várias vezes quando saía à rua sentia o cheiro das especiarias no ar e adorava.

Zé!!!!!!!!!

Manda-me um mail ou um sms pleassseeeeeee.............

Frases soltas....

"O estado português é o estado laico mais religioso que conheço..."
Autoria S.
Ficou-me na retina, infelizmente verdade e não é nenhuma novidade...

CDs

Agora que me preparo para novamente ir de férias e tenho de fazer contas à vida apercebi-me que já saiu mais um cd o 6º volume do Saint Germain d'aprés Café....SNIF SNIF SNIF!!!

8.7.05

Cadência

E assim Lentamente submergimos eu e o meu blog do coma vegetativo em que nos encontrávamos, vamos tentar nos entender, vamos tentar encontrar a nossa cadência, sem exigências de parte a parte, devagarinho ao nosso ritmo....

G8

Ainda anteontem eu e o pessoal do bloco estavamos na brincadeira e a gozar por causa da quantidade confrangedora de polícias que habitavam temporáriamente a Escócia que díziamos que era a altura ideal para provocar delitos em Londres pq centenas e centenas deles rtinham sido deslocados para edimburgo onde nós estavamos. No dia seguinte acordei e vi as notícias fiquei toda arrepiada sem saber o que dizer. Alguém se tinha lembrado do mesmo.

Argggggggggghhhhhhhhhh

ODEIO HIPOCRISIA FAMILIAR!!!!!!

Voltei...G8

Enfim acho que vim de espíritos renovados após a minha estadia em Edimburgo na contra manifestação do G8! Mais posts amanhã se seguem...